OBS: NÃO TRABALHAMOS COM AS MADEIRAS LISTADAS NO POST. ARTIGO FEITO APENAS POR HOBBY.
Para a maioria dos músicos, há um grande mistério (e também muitos mitos) sobre as madeiras utilizadas nos instrumentos musicais, sua durabilidade, suas características de corpo e de som. A Timbres considera importante os músicos conhecerem seus instrumentos para sempre ter o ideal em mãos, que atenda sua necessidade sonora.
Antes de tudo, adiantamos que o som do instrumento é feito, além da madeira, pela qualidade das cordas e dos captadores (no caso da guitarra), pela qualidade dos metais e das peles (no caso da bateria) e etc.
A madeira é o componente necessariamente responsável por: 1. A primeira “equalização” de frequências emitidas pela pele ou pela corda vibrante; 2. O tempo de “abertura” do som do instrumento; 3. A durabilidade do instrumento.
Filtração de frequências e timbragem
A filtração de frequências ocorre tanto na escala de um instrumento de corda a partir da vibração da corda quanto no corpo da bateria com a vibração da pele. As frequências serão filtradas de acordo com a “resinosidade” da madeira – que realçará algumas frequências pelo corte de outras.
Madeiras mais resinosas filtram mais as frequências agudas, deixando graves mais brilhosos. Costumam não aceitar o acabamento, deixando seus poros expostos. Exemplos são o Ébano e o Jacarandá-da-Bahia.
Já as madeiras menos resinosas, devido à sua rigidez e inflexibilidade, filtram mais os graves, abrilhantando as frequências agudas. As mais comuns são o Pau-Marfim e o Hard Maple.
Abertura do som e densidade
Quando tratamos do tampo dos instrumentos de corda, “abertura do som” é o tempo de resposta entre a emissão da frequência e a vibração do tampo. O que conta especificamente aqui é a densidade da madeira. Variando entre 0,35 e 0,45 g/cm³, quanto menor a densidade, mais rápida é a abertura do som do instrumento – em compensação, maior a fragilidade do tampo. As madeiras mais comuns para tampo são:
- Abeto Alemão – Densidade média 0,45 g/cm³
- Abeto Siltika – Densidade média 0,40g/cm³
- Marupá – Densidade média 0,40g/cm³
- Abeto Engelmann – Densidade média 0,38g/cm³
- Cedro Vermelho – Densidade média 0,35g/cm³
Lembrando que densidade não é critério de timbre do instrumento! Esse é um mito bastante comum na luthieria.
Resistência e durabilidade
Para as madeiras que tratam necessariamente da caixa, fundo, laterais e braço do instrumento, é preciso uma densidade um tanto maior do que as reparadas no tampo. A densidade do corpo do instrumento estará relacionada à projeção e sustentação do som.
As madeiras mais densas possuem mais resistência e mais sustentação – porém menos projeção, que deverá se compensada com um corpo largo para o som ser intenso. Dentre essas, encontramos a linha “rosewood” (Jacarandá da Bahia, Jacarandá Indiano), o Pau Ferro e o Pau Marfim. As madeiras com menores densidades e maior projeção são o Acero, muito comum na fabricação de fundos de violinos; a Imbuia; e o tão conhecido Mogno. O mogno possui pouca densidade, mas um entrelaçamento firme na madeira que confere peso e estabilidade incomum ao instrumento, garantindo uma boa projeção e sustain, sendo assim a madeira mais procurada para o corpo dos instrumentos, e por isso, ameaçada de extinção.
A densidade das madeiras listadas acima:
- Jacarandá da Bahia – Densidade média 0,87g/cm³
- Jacarandá Indiano – Densidade média 0,85g/cm³
- Pau Ferro – Densidade média 0,88g/cm³
- Pau Marfim – Densidade média 0,84g/cm³
- Acero – Densidade média 0,65g/cm³
- Imbuia – Densidade média 0,65g/cm³
- Mogno – Densidade média 0,50g/cm³
Ainda que existam madeiras mais resistentes que outras, como disse o luthier Marcos Nogueira, “um instrumento foi feito para durar 500 anos”.

